17 de fev. de 2012

Атавізм - Atavismo - Atavism

Este blog surgiu da ideia de compartilhar o que eu tenho aprendido no MA com o maior número de pessoas possíveis. Informações sobre o folclore ucraniano, a comunidade ucraniana do Brasil e a cultura ucraniana serão postadas constantemente.

O nome do blog é uma homenagem à Helena Kolody, poetisa paranaense, nascida em 1912, filha de imigrantes ucranianos. O poema "Atavismo" é uma das suas obras que tratam diretamente de sua ligação com a terra ancestral.

Segundo Antonio Donizeti da Cruz: "Dialogando constantemente com o leitor, Kolody realiza uma poiesis que opera como exercício máximo de rigor e emoção com a linguagem, sobressaindo a maneira de dizer e nomear as coisas, com versos repletos de recursos imagéticos. (...) O elemento atávico, a saudade, a melancolia, são temas recorrentes na poesia kolodyana. Os impulsos criadores oriundos da ancestralidade e da memória coletiva ganham contornos próprios em sua obra." (disponível em: http://voos.sites.uol.com.br/p/ad/donizeti.htm)

Para mim, este poema é o que melhor descreve o sentimento dos descendentes de ucranianos e sua ligação com a Ucrânia.

Seguem duas versões do poema, publicado no Livro "Luz Infinita", uma em português e outra em ucraniano (traduzido por Wira Wouk). Aproveitem!



This blog came from the idea of sharing, with many people as possible, what I have learned in MA. Informations about Ukrainian folklore, the Ukrainian community in Brazil and the Ukrainian culture will be posted constantly.

The blog's name is a tribute to Helena Kolody, brazilian poet, from Paraná, borned in 1912, daughter of Ukrainian immigrants. The poem "Atavism" is one of her works that deal directly with her connection with Ukraine. According to Antonio Donizeti da Cruz (http://voos.sites.uol.com.br/p/ad/donizeti.htm), recurring themes in poems by Kolody are: atavism, longing and melancholy. The creative impulses comes from ancestry collective memory and receives special contours in her work.

For me, this poem is the best description about the feelings of the Ukrainians descendants and their connection with Ukraine.

Here are two versions of "Atavismo", in Portuguese and in Ukrainian (translated by Wira Wouk), published in the book "Bezkonechnyi Svitlu". Enjoy!


Atavismo

Quando estou triste, e só, e pensativa assim,
É a alma dos ancestrais que sofre e chora em mim.
É a angústia secular duma raça oprimida
Que vem da profundeza e turva a minha vida.

Certo, guardo latente e difusa em meu ser,
A lembrança remota e má dos dias amargos
Que eles viveram sem a ansiada liberdade,
E eu que amo tanto, tanto, os horizontes largos,
Lamento não ser águia ou condor, para voar
Até onda a força da asa alcance a me levar,
Na conquista do império azul da imensidade.
Oh! Quantas vezes eu, humilde e pequenina
Ante a extensão agreste e verde da campina,
Não sei dizer por que, deslumbrada, senti
Saudade singular da estepe que não vi!

Pois até o marulhar misterioso e sombrio
Da água escuro com a imponência dum rio,
Lembra, sem querer, numa impressão falaz,
O soturno Dnipró cantado por Tarás...

Por isso é que eu surpreendo, em alta intensidade,
Acordada em meu sangue, a tara da saudade.
(Helena Kolody)

«Атавізм»

Коли я самотня, задумана і сумна.
То страждає і плаче в мені моїх предків душа.
То печаль довговічна поневоленого народу
Виринає з безодні й каламутить життя мого воду.

Певно, що я ховаю, таємні, в моєму бутті
Далекі спогади про недобрі дні грозові.
Що їх вони проживали без сповіданої свободи.
А я, що так дуже люблю цей обрій крилатий,
Жалію, що я не орел, ні не сокіл, щоб полетіти
Так високо, як тільки сила крила спроможна підняти.
Перед диким, зеленим килимом неораних піль
Скільки разів я відчувала у грудях біль.
Що ніколи не бачила ширини степової природи.

Навіть темний-таємний журкіт лісового потоку
З пінистими водами річки, готовий до танцю-скоку.
Мені, дитині, мимоволі здавався не раз
Широким Дніпром, що його прославив Тарас.

(Олени Колодій)


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